sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Ele chegou de Belo Horizonte lá pelos anos 1970.
Eduardo e eu havíamos sido rivais de turmas de rua no bairro do Carmo, próximo à antiga BR-3.
Quieto, enfurnou-se, nos primeiros meses, num dos cantos da Criação, escondendo-se o mais que podia.
Revelava refinamento mesmo em simples peças de ponto de venda desenvolvidas para uma cervejaria cliente da agência.
Minimalista, recortava, ele mesmo, sem o auxílio de assistentes, papéis e o que mais fosse necessário para detalhar seus layouts sempre limpíssimos e esmerados.
Chamei-o um dia para se juntar ao nosso grupo que saia, como de hábito, para um almoço nas imediações.
Aquiesceu.
Sem ânimo, admito.
Ao chegar, percebendo sua hesitação diante do modelo self service recém-instalado nos restaurantes do centro do Rio, para desespero nosso e dos gourmands mais exigentes, perguntei-lhe se estava familiarizado com aquilo. Meio sem jeito, respondeu: -“lógico, é tipo fuck yourself, né?”.

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