segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Quando era menino, lá trás, o sonho era ser polícia.
Brincávamos disso nas ruas de paralelepípedos do bairro do Carmo, em Belo Horizonte, quando o máximo que ocorria em termos de violência sabida eram roubos de galinha e de jabuticabas nas árvores das casas vizinhas.
Usávamos balas de mamona arremessadas por estilingues e bodoques feitos de ipê.
A ação deste fim de semana, com a participação conjunta das forças constituídas, deu-nos, por um momento, a sensação de que é possível combater, com eficiência, esse horror que se instalou nos morros e nas periferias das cidades brasileiras.
Apesar do parnasianismo e ufanismo predominante no discurso das autoridades entrevistadas pelos jornalistas de todas as mídias, houve, sim, efetividade na invasão do Complexo do Alemão.
Deixando a esperança, vaga – para a criançada de hoje -, que dá, ainda, para sonhar em ser polícia.

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