Paulo se perdia nas madrugadas do Rio de Janeiro.
Brigão, temperamental.
Nas manhãs ensolaradas do Leblon, ele chegava cedo no edifício onde morava - Rua Carlos Góis, 55 -, onde eu o encontrei, muitas vezes, sentado nos primeiros degraus que o levariam, forçosamente, para o 3º andar, onde morava com a mulher e a filha.
Mas não tinha forças ou ânimo para subir.
Os vizinhos não o incomodavam, mesmo com ele, ali, interrompendo o sobe e desce.
Quando não estava absolutamente irascível, permitia, calado, que eu me aproximasse, oferecesse os braços e o levasse até a porta de casa.
Jamais nos falamos, sequer nos comprimentamos.
Ele se chamava Paulo Mendes Campos e eu era, apenas, o vizinho do apartamento 204.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
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