Retire a parte mais grossa dos talos da couve. Lave as folhas, enrole-as bem apertado e corte-as em tirinhas muito finas.Escalde-as em água fervente e escorra bem. Ponha numa panela um pouco de óleo, pouquíssimo, e junte cebola picada, bacon em cubos e uma pitada de sal. Acrescente a couve. Cubra a panela e cozinhe em fogo baixo até ficar macia. Se juntar um pouco de água, escorra. Pouco a pouco, acrescente a farinha de milho ou outra e mexa sempre, em fogo baixo até a farofa fica bem seca.
Farofa de couve, prontinha!
sexta-feira, 29 de abril de 2011
quinta-feira, 28 de abril de 2011
quarta-feira, 27 de abril de 2011
"Eu só confio nas pessoas loucas, aquelas que são loucas para viver, loucas para falar, loucas para serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, que nunca bocejam ou dizem uma coisa corriqueira, mas queimam, queimam, queimam, como fabulosas velas amarelas romanas explodindo como aranhas através das estrelas".
Jack Kerouac
Jack Kerouac
terça-feira, 26 de abril de 2011
A Godrej & Boyce, multinacional com sede em Bombaim que ainda apostava na produção de máquinas de escrever, decidiu, este mês, pôr um ponto final numa cronologia com quase século e meio (a primeira máquina de escrever comercial foi fabricada em 1867, nos Estados Unidos), aceitando, triste e finalmente, a obsolescência deste instrumento de trabalho.
E dizer que, ainda hoje, autores como Cormac McCarthy usam, no dia a dia, as suas velhas máquinas de escrever...
E dizer que, ainda hoje, autores como Cormac McCarthy usam, no dia a dia, as suas velhas máquinas de escrever...
segunda-feira, 25 de abril de 2011
quarta-feira, 20 de abril de 2011
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Dava pena, dó.
Reagia aos medicamentos.
Entranhava-se.
Operaram-no.
Soube, depois, que ele me esperou durante dias, olhando, pelo portal da varanda, em direção a estrada de terra que dava acesso à fazenda.
Respirou fundo, buscando ar, logo que me viu.
Tentou um movimento qualquer, estonteante.
Achei, por um segundo, que ele reagiria.
Caiu.
E o barulho do corpo se esborrachando no chão frio, quanto tempo demorará para sarar?
Reagia aos medicamentos.
Entranhava-se.
Operaram-no.
Soube, depois, que ele me esperou durante dias, olhando, pelo portal da varanda, em direção a estrada de terra que dava acesso à fazenda.
Respirou fundo, buscando ar, logo que me viu.
Tentou um movimento qualquer, estonteante.
Achei, por um segundo, que ele reagiria.
Caiu.
E o barulho do corpo se esborrachando no chão frio, quanto tempo demorará para sarar?
"Quando escrevo, repito o que já vivi antes.
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo
vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser
um crocodilo porque amo os grandes rios,
pois são profundos como a alma de um homem.
Na superfície são muito vivazes e claros,
mas nas profundezas são tranqüilos e escuros
como o sofrimento dos homens."
Dele.
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo
vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser
um crocodilo porque amo os grandes rios,
pois são profundos como a alma de um homem.
Na superfície são muito vivazes e claros,
mas nas profundezas são tranqüilos e escuros
como o sofrimento dos homens."
Dele.
Em 15 de abril de 1874 foi aberta a exposição que deu origem ao movimento impressionista na Europa, reunindo 165 obras de 27 artistas, entre eles Pissarro, Monet, Renoir, Degas e Cézanne, que exibia, pela primeira vez ao público, sua obra-prima La maison du pendu.
As reações foram imprevisíveis, segundo o pintor:
“A multidão comprimia-se em um grunhido de revolta, os escárnios e as gargalhadas zombeteiras explodiam, toda uma histeria maldosa traduzia o medo, a inquietação e a incompreensão. Quem disse que a arte era uma atividade inocente? Ela era o próprio pulso de uma sociedade, seu reflexo, sua dimensão imaginária. Ao mesmo tempo fascinado e colérico, o público aglutinava-se diante das obras daqueles que eram chamados de “os intransigentes”, os artistas em ruptura com o academicismo, os revolucionários. Se, como disse Picasso, é verdade que ninguém ouve mais bobagens em um dia do que um quadro exposto, os quadros daquela manifestação foram mimados. Era horrível, imundo, revoltante, aqueles pintores, pessoas perversas, charlatões. Pintavam ao acaso, jogavam cor na tela sem pensar.”
As reações foram imprevisíveis, segundo o pintor:
“A multidão comprimia-se em um grunhido de revolta, os escárnios e as gargalhadas zombeteiras explodiam, toda uma histeria maldosa traduzia o medo, a inquietação e a incompreensão. Quem disse que a arte era uma atividade inocente? Ela era o próprio pulso de uma sociedade, seu reflexo, sua dimensão imaginária. Ao mesmo tempo fascinado e colérico, o público aglutinava-se diante das obras daqueles que eram chamados de “os intransigentes”, os artistas em ruptura com o academicismo, os revolucionários. Se, como disse Picasso, é verdade que ninguém ouve mais bobagens em um dia do que um quadro exposto, os quadros daquela manifestação foram mimados. Era horrível, imundo, revoltante, aqueles pintores, pessoas perversas, charlatões. Pintavam ao acaso, jogavam cor na tela sem pensar.”
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Rua pequena, fora do padrão de um quarteirão, calçadas largas de um lado e do outro.
Árvores frondosas, cujas copas, largas, juntam-se, a meia altura, sombreadamente.
Abraçam-se.
Gestos largos.
E despedem-se logo depois.
Vão-se, passos largos.
Assim: apoio do calcanhar, alinhamento do pé, acomodação intermediária, impulsão do calcanhar, impulsão dos dedos.
Árvores frondosas, cujas copas, largas, juntam-se, a meia altura, sombreadamente.
Abraçam-se.
Gestos largos.
E despedem-se logo depois.
Vão-se, passos largos.
Assim: apoio do calcanhar, alinhamento do pé, acomodação intermediária, impulsão do calcanhar, impulsão dos dedos.
"Sofro de insuficiência renal. Já arrebentei o nariz. Meu estômago é uma zona. No meu fígado não gosto nem de pensar. Já tive cistos recorrentes, alguns - tipo o do meu tornozelo esquerdo - chegaram a ficar do tamanho de um globo ocular. Por sorte, a maioria pôde ser removida tranquilamente na banheira, com algumas dose de Wild Turkey e um canivete."
Jim Kniptel
Jim Kniptel
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Numa noite, meio bêbado, fui com um amigo comer uma pizza no baixo Leblon. Lá fomos. Havia uma mulher numa outra mesa que era a cara da Yoná Magalhães quando jovem, acompanhada por um homem. Ela virou-se para mim e perguntou se podia sentar junto. Não desconfiei de nada. O amigo logo percebeu que devia estar rolando algum clima e foi embora. Ficamos um tempão falando sobre Nietzsche. Não desconfiei de nada. Combinamos de ir para minha casa, só que, antes, soube, ela tinha que passar na casa da irmã. Fomos. A mãe e a irmã estavam acordadas e vestidas, duas horas da manhã. Não desconfiei de nada. Serviram uísque e a cada vez que eu fazia menção de ir embora, enchiam mais um copo e puxavam mais um assunto. Não desconfiei de nada. Até que entraram dois enfermeiros, colocaram o meu louco amor numa camisa de força e a levaram de volta para o hospital.
Classir Scorsato
Classir Scorsato
A casa “bandeirista” se caracteriza por alguns princípios arquitetônicos básicos, que variam sutilmente em cada um dos exemplares remanescentes:
. possui um único pavimento e, invariavelmente, assentada em um terreno plano;
. planta básica composta de três lanços, isto é, três fileiras de cômodos perpendiculares ao frontispício da casa;
. um “corredor” fronteiro (não uma passagem interna, como atualmente, mas uma espécie de alpendre ou varanda) normalmente encaixado entre dois cômodos igualmente fronteiros, um deles destinado à capela doméstica e o outro, completamente isolado do restante da casa, reservado ao acolhimento de hóspedes;
. nos exemplares mais tardios, um outro corredor posterior, destinado, sobretudo, a afazeres domésticos e às refeições, enquanto o fronteiro se destinava à recepção social ou às refeições dos hóspedes;
. uma sala central, com a qual a maioria dos cômodos se liga diretamente;
. telhados de duas ou quatro águas, sendo estes quase sempre providos de uma dupla inclinação muito elegante;
. ocorrência de sótãos, alguns com janelas externas.
. as cozinhas eram construídas em “puxados” anexos, chamados tacaniças, ocasionalmente em taipa de mão, ou, como indicam pesquisas arqueológicas realizadas no solo das casas, percorriam alguns dos cômodos das casas, incluindo a sala central. Vários outras podiam ser as construções anexas à casa além dos próprios telheiros das cozinhas: quartos para criados de hóspedes, depósitos de gêneros, paióis, moinhos de milho ou trigo, monjolos, moendas para cana e casas para escravos.
César Garcez Marins
. possui um único pavimento e, invariavelmente, assentada em um terreno plano;
. planta básica composta de três lanços, isto é, três fileiras de cômodos perpendiculares ao frontispício da casa;
. um “corredor” fronteiro (não uma passagem interna, como atualmente, mas uma espécie de alpendre ou varanda) normalmente encaixado entre dois cômodos igualmente fronteiros, um deles destinado à capela doméstica e o outro, completamente isolado do restante da casa, reservado ao acolhimento de hóspedes;
. nos exemplares mais tardios, um outro corredor posterior, destinado, sobretudo, a afazeres domésticos e às refeições, enquanto o fronteiro se destinava à recepção social ou às refeições dos hóspedes;
. uma sala central, com a qual a maioria dos cômodos se liga diretamente;
. telhados de duas ou quatro águas, sendo estes quase sempre providos de uma dupla inclinação muito elegante;
. ocorrência de sótãos, alguns com janelas externas.
. as cozinhas eram construídas em “puxados” anexos, chamados tacaniças, ocasionalmente em taipa de mão, ou, como indicam pesquisas arqueológicas realizadas no solo das casas, percorriam alguns dos cômodos das casas, incluindo a sala central. Vários outras podiam ser as construções anexas à casa além dos próprios telheiros das cozinhas: quartos para criados de hóspedes, depósitos de gêneros, paióis, moinhos de milho ou trigo, monjolos, moendas para cana e casas para escravos.
César Garcez Marins
Mais um, dos bons, que foi embora: Sidney Lumet.
Dirigiu ótimos filmes, como Doze Homens e Uma Sentença (Twelve Angry Men), Vidas em Fuga (The Fugitive Kind), O Homem do Prego (The Pawnbroker), Serpico, Assassinato no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express),Um Dia de Câo (Dog Day Afternoon), Rede de Intrigas (Network), O Veredicto (The Verdict), O Peso de um Passado (Running on Empty), Q&A, Sombras da Lei (Night Falls on Manhattan), Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto (Before the Devil Knows You’re Dead).
Foi um dos cineastas que filmou Nova York de forma apaixonada, aberta, franca. Diferentemente de Woody Allen, revelou o lado sombrio da cidade.
Dirigiu ótimos filmes, como Doze Homens e Uma Sentença (Twelve Angry Men), Vidas em Fuga (The Fugitive Kind), O Homem do Prego (The Pawnbroker), Serpico, Assassinato no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express),Um Dia de Câo (Dog Day Afternoon), Rede de Intrigas (Network), O Veredicto (The Verdict), O Peso de um Passado (Running on Empty), Q&A, Sombras da Lei (Night Falls on Manhattan), Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto (Before the Devil Knows You’re Dead).
Foi um dos cineastas que filmou Nova York de forma apaixonada, aberta, franca. Diferentemente de Woody Allen, revelou o lado sombrio da cidade.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
"Mulheres: gostava das cores de suas roupas; do jeito delas andarem; da crueldade de certas caras. Vez por outra, via um rosto de beleza quase pura, total e completamente feminina. Elas levavam vantagem sobre a gente: planejavam melhor as coisas, eram mais organizadas. Enquanto os homens viam futebol, tomavam cerveja ou jogavam boliche, elas, as mulheres, pensavam na gente, concentradas, estudiosas, decididas: a nos aceitar, a nos descartar, a nos trocar, a nos matar ou simplesmente a nos abandonar. No fim das contas, pouco importava; seja lá o que decidissem, a gente acabava mesmo na solidão e na loucura."
Charles Bukowski
Charles Bukowski
O gude guardado entre trapos.
Não mata mais o bodoque de ipê, envergonha-se.
Roda, pião, bambeia, ô pião – fieira encerada.
O olho de boi roubado do pai espia.
Insossas, bobas, tolas, sonsas, chatas, sem graça, tontas.
Faltam-lhes panturilhas?
Na finca, marraio! Feridô, sou rei!
Goiabeiras, miosótis lacustres, trevos que não há.
Braçadas de malvas, tensas verbenas, lábios de glicínias.
Da Gameleira, Santo Antônio, Carmo, Serra, Cachoeirinha, Renascença, Carlos Prates partiam bondes tendo como parada obrigatória os abrigos da Praça Sete de Setembro.
A menina estava longe, no Morro do Ferro, fazendo o que?
Não mata mais o bodoque de ipê, envergonha-se.
Roda, pião, bambeia, ô pião – fieira encerada.
O olho de boi roubado do pai espia.
Insossas, bobas, tolas, sonsas, chatas, sem graça, tontas.
Faltam-lhes panturilhas?
Na finca, marraio! Feridô, sou rei!
Goiabeiras, miosótis lacustres, trevos que não há.
Braçadas de malvas, tensas verbenas, lábios de glicínias.
Da Gameleira, Santo Antônio, Carmo, Serra, Cachoeirinha, Renascença, Carlos Prates partiam bondes tendo como parada obrigatória os abrigos da Praça Sete de Setembro.
A menina estava longe, no Morro do Ferro, fazendo o que?
quinta-feira, 7 de abril de 2011
"Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascender da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho."
Pablo Neruda
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascender da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho."
Pablo Neruda
quarta-feira, 6 de abril de 2011
As bailarinas de Paula Rego, cuja obra está sendo exposta na Pinacoteca de São Paulo, são operárias entregues à dança de forma visceral e grotesca, pés disformes e dilacerados.
Ela não se submete àquela interpretação estúpida que se dá comumente em relação ao balé, estereotipando gestos e personagens.
Não.
As dançarinas desta portuguesa notável, são mulheres comuns, dramáticas, corpulentas que se mostram trágicas, fervorosas e determinadas em relação a um ofício, como deve ser, forçosa e inapelavelmente, o trabalho de um artista.
Ela não se submete àquela interpretação estúpida que se dá comumente em relação ao balé, estereotipando gestos e personagens.
Não.
As dançarinas desta portuguesa notável, são mulheres comuns, dramáticas, corpulentas que se mostram trágicas, fervorosas e determinadas em relação a um ofício, como deve ser, forçosa e inapelavelmente, o trabalho de um artista.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Enfarpelada: empetecada, embonecada.
Conciliábulo: pequena assembléia; trama, conspiração.
Azinhavre: camada esverdeada que se forma em objetos de cobre ou latão devido à umidade.
Caracolear: mover-se o cavalo em galope curto.
Opalescente: relativo à opala (pedra preciosa de cor leitosa e azulada).
Catecúmenos: pessoa que se prepara para ser batizada.
Macambúzio: que é, ou momentaneamente se mostra, taciturno, carrancudo, melancólico.
Língua bonita, sinhô!
Conciliábulo: pequena assembléia; trama, conspiração.
Azinhavre: camada esverdeada que se forma em objetos de cobre ou latão devido à umidade.
Caracolear: mover-se o cavalo em galope curto.
Opalescente: relativo à opala (pedra preciosa de cor leitosa e azulada).
Catecúmenos: pessoa que se prepara para ser batizada.
Macambúzio: que é, ou momentaneamente se mostra, taciturno, carrancudo, melancólico.
Língua bonita, sinhô!
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