Numa noite, meio bêbado, fui com um amigo comer uma pizza no baixo Leblon. Lá fomos. Havia uma mulher numa outra mesa que era a cara da Yoná Magalhães quando jovem, acompanhada por um homem. Ela virou-se para mim e perguntou se podia sentar junto. Não desconfiei de nada. O amigo logo percebeu que devia estar rolando algum clima e foi embora. Ficamos um tempão falando sobre Nietzsche. Não desconfiei de nada. Combinamos de ir para minha casa, só que, antes, soube, ela tinha que passar na casa da irmã. Fomos. A mãe e a irmã estavam acordadas e vestidas, duas horas da manhã. Não desconfiei de nada. Serviram uísque e a cada vez que eu fazia menção de ir embora, enchiam mais um copo e puxavam mais um assunto. Não desconfiei de nada. Até que entraram dois enfermeiros, colocaram o meu louco amor numa camisa de força e a levaram de volta para o hospital.
Classir Scorsato
segunda-feira, 11 de abril de 2011
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