segunda-feira, 11 de abril de 2011

A casa “bandeirista” se caracteriza por alguns princípios arquitetônicos básicos, que variam sutilmente em cada um dos exemplares remanescentes:
. possui um único pavimento e, invariavelmente, assentada em um terreno plano;
. planta básica composta de três lanços, isto é, três fileiras de cômodos perpendiculares ao frontispício da casa;
. um “corredor” fronteiro (não uma passagem interna, como atualmente, mas uma espécie de alpendre ou varanda) normalmente encaixado entre dois cômodos igualmente fronteiros, um deles destinado à capela doméstica e o outro, completamente isolado do restante da casa, reservado ao acolhimento de hóspedes;
. nos exemplares mais tardios, um outro corredor posterior, destinado, sobretudo, a afazeres domésticos e às refeições, enquanto o fronteiro se destinava à recepção social ou às refeições dos hóspedes;
. uma sala central, com a qual a maioria dos cômodos se liga diretamente;
. telhados de duas ou quatro águas, sendo estes quase sempre providos de uma dupla inclinação muito elegante;
. ocorrência de sótãos, alguns com janelas externas.
. as cozinhas eram construídas em “puxados” anexos, chamados tacaniças, ocasionalmente em taipa de mão, ou, como indicam pesquisas arqueológicas realizadas no solo das casas, percorriam alguns dos cômodos das casas, incluindo a sala central. Vários outras podiam ser as construções anexas à casa além dos próprios telheiros das cozinhas: quartos para criados de hóspedes, depósitos de gêneros, paióis, moinhos de milho ou trigo, monjolos, moendas para cana e casas para escravos.
César Garcez Marins

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