terça-feira, 10 de agosto de 2010

A música religiosa começou a morrer com a Independência, em 1822. Com ela, se extingue a capela de música, uma função da Igreja para se produzir e tocar música sacra com o objetivo de acompanhar os ofícios religiosos. Com a Independência, o músico teve de passar a viver cada vez mais com a música profana, abandonando a prática da música religiosa.
Parte do repertório sacro e barroco ficaram sob responsabilidade de pequenas orquestras como a Lira Sanjoanense, fundada em 1776 por um grupo de músicos liderados por José Joaquim de Miranda, com o nome de Companhia de Música. Em meados do século XIX, passou a chamar-se Sociedade Musical Lira Sanjoanense, para depois ter o nome atual, Orquestra Lira Sanjoanense.
Na época de sua fundação, era constituída por um tiple (menino soprano), um contralto, um tenor e um baixo, dois violinos, viola, violoncelo, contrabaixo, duas flautas (ou oboés) e duas trompas.
A Orquestra Ribeiro Bastos, também em São João Del Rey, originou-se de uma provável dissidência da Lira Sanjoanense em 1790. Organizada em 1846 pelo maestro Francisco das Chagas (mestre Chagas), foi dirigida durante 53 anos (1859 a 1912) por seu discípulo e sucessor, Martiniano Ribeiro Bastos (1834-1912), que deu seu nome à associação musical.
A orquestra Lira Ceciliana, de Prados, foi fundada em 1858 por José Esteves da Costa, seu diretor até 1895.
A orquestra Ramalho, de Tiradentes, é remanescente de tradições musicais que remontam a 1732. Possui razoável quantidade de manuscritos musicais de fins do século XVIII. Foi fundada em 1860 por José Luiz Ramalho, que a dirigiu até 1900, com o nome de "Corporação Musical São José D"El Rey".
Estas quatro orquestras, cuja sobrevivência deve-se, em parte, às raízes familiares, são as fiéis depositárias de tradições transmitidas por gerações, interpretando ininterruptamente peças compostas nos séculos XVIII e XIX.
Aleluia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário