"Machado foi um crítico irredutível do naturalismo em todas as suas formas. Sua atividade crítica, aliada à exemplaridade da sua prática poética, é uma das causas da transformação (ou absorção) do Realismo pelo Parnasianismo, no Brasil. E um ensaio seu, publicado ainda no rescaldo da polêmica sobre o livro de Eça de Queirós, em 1879, intitulado “A nova geração”, pode ser considerado a base dos padrões de gosto e de valor que irão orientar não só a prática, mas principalmente a historiografia literária imediatamente subseqüente. Embora seja um poeta de nível, sua obra em versos parece hoje inferior aos romances da idade madura. Mas nem por isso a sua poesia deixa de elevar-se muito acima da média do tempo. Em certo sentido, pode-se dizer que, se no Machado prosador houve uma transformação para melhor por volta de 1880, o mesmo não ocorreu ao Machado poeta. Este se manteve estável, desde os primeiros aos últimos livros, nos limites de uma linguagem contida e de um tom reflexivo e sentencioso. Daí que os seus poemas mais reconhecidos sejam os de caráter alegórico e os apólogos".
Paulo Franchetti
sexta-feira, 9 de julho de 2010
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