segunda-feira, 5 de julho de 2010

"Nos últimos anos, tenho me encontrado cercado pela morte de amigos. E, antes disso, meus pais morreram. Mas, nos últimos cinco anos, morreram meus amigos e meu irmão. É muita morte. Você começa a passar mais tempo em cemitérios. Passa algum tempo escrevendo tributos e falando nos funerais. E trata com os sobreviventes dos mortos. Volta para casa e se lembra dos mortos. Então, a morte entrou na minha vida com mais força do que em qualquer outro momento. Acho que, nesse período, perdi seis dos meus amigos mais próximos, a maioria 5 ou 10 anos mais velhos do que eu. A minha reação à morte dessas pessoas não foi de raiva. Não. Foi de tristeza e de incredulidade diante do fato de que partiram. Eu sentia, sim, raiva quando era adolescente, com 12, 13 anos, quando primeiro descobri a morte. Mas talvez tenha sido mais medo do que raiva. A ideia da morte me assustava muito".
Philip Roth em entrevista ao Estadão

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